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segunda-feira, 31 de março de 2014

Peregrino Existencial !


Tenho a impressão de que estou sempre viajando, querendo compreender o sentido da minha vida, um exercício de fé para com o futuro. Eu sou um peregrino em Filosofia, um romeiro, quem anda ou viaja empreendendo longas jornadas existenciais, que causa estranheza por onde passa, sou um estranho, um estrangeiro, que tem qualidades raramente vistas, a singularidade.
A minha busca é dar sentido a uma das falas de Sócrates:
“Conhece-te a ti mesmo.”
“Ou seja, o que Sócrates pregava era que nós devemos nos ocupar menos com as coisas (riqueza, fama, poder) e passarmos a nos ocupar com nós mesmos. Poderia objetar-se: com que propósito deveria ocupar-me comigo mesmo? Porque é o caminho que me permite ter acesso à verdade. Mas que tipo de verdade? Obviamente não é uma verdade qualquer tal como a fórmula química da água, mas a verdade que é capaz de transformá-lo no seu próprio ser de sujeito. É esse ato de conhecimento, capaz de promover nossa autotranscedência, de que fala Sócrates. Conhecer a mim mesmo para saber como modificar minha relação para comigo, com os outros e com o mundo.”
Em terras de meu domínio sou um peregrino, alguém em busca de si mesmo, que nunca para de se deslumbrar com o por vir, é a transição do passado para o futuro, que é viver o presente.
Não me percebo como turista existencial, alguém em excursão de lazer a lugares interessantes ou aprazíveis, envolvido por um conjunto de serviços que promove esse tipo de excursão.
Pelas experiências fragmentadas que tenho na vida, busco juntar os pedaços e ter uma visão holística, e entender que em cada momento do tempo me dá uma resposta existencial.
Se eu fizer uma comparação da pessoa que eu era no início do curso de Filosofia para com a pessoa que sou no final do curso neste período aproximado de 2 anos, tenho a consciência de que mudei em alguma coisa, já não sou a mesma pessoa. Viajei como peregrino por lugares existenciais que até então existiam, mas ainda não tinha consciência, ao conhecer tal realidade até então oculta, tive a opção da mudança, passei a ser outra pessoa, já não sou a mesma pessoa, alguma coisa me atingiu, e entender este processo, saber o que se passou com a minha própria pessoa, é um exercício que me remete a um trabalho existencial. É o ato de conhecer a mim mesmo, de forma mais ampla, mais profunda, mais singular.
Viver a vida como peregrino ou turista é uma questão de escolha existencial, eu escolho viver como peregrino, mas reconheço que há muito a perceber, a entender, a aceitar, a influenciar, que transforma a cada momento o sentido existencial de uma vida.
Passar pela vida como turista é uma tentação, é a possibilidade da existência superficial, sem comprometimento, é apenas o ato de viver e aceitar tudo como está sem jamais fazer um questionamento. É ter uma alma no sentido platônico e jamais fazer uso dela. É ser um animal dotado de razão, mas continuar a viver como animal. E cada um de nós tem a possibilidade de escolha, que tipo de pessoa quer ser? Uma pessoa animal ou uma pessoa racional, que faz uso de sua própria existência singular para ser mais humano. Ser humano é a busca de um peregrino, ser animal é atender os desejos de um turista, que apenas consome o que satisfaz. Eu escolho ser humano. Mesmo que me custe ser um turista, mesmo que os recursos não sejam tão abundantes quanto ao de um turista, mesmo que os destinos sejam menos atraentes, mas que me remeta à pessoa que existe dentro de mim, faça de mim um descobridor, um revelador, capaz de dar sentido a minha singular vida existencial. Que assim seja...
 
 

domingo, 30 de março de 2014

Vou te contar uma história... (3)


 
E assim na consciência singular se faz a luz
De um despertar para vida de sentimentos
Movida por uma necessidade motora
Vem-se o grito de um nascimento
Frágil indefesa criança
Que ainda ligada por um fino cordão
Desvencilha-se do íntimo materno
Para assim crescer em tamanho e vontade
Partícula de um todo maior
Como animal torna-se humano
Cheia de graça e encanto
Mostra que existe futuro e esperança
Mesmo que ainda por construir
Traz para os membros pura alegria
E depois de estar fora não há mais volta
Como se o tempo nunca voltasse
Segue-se em frente para o horizonte
Que com os anos mais se ampliam
Como é doce tal momento existencial
Tão abstrato e sem concreta razão
Que nem nos lembramos
Mesmo que seja para termos saudade
Para crianças normais
De família e pais preparados
Faz da criança o centro da atenção
E assim conseguem perpetuar
Abstratos valores de gestos, atos e emoções
Vão pavimentando o caminho
Por onde um dia seguirá sozinha
Como se fosse o destino de todos
Mas assim é a vida
De alguém recebemos
E transmitimos a alguém
Não há trabalho ou esforço perdido
Tudo é válido quando conduzido pro bem
Suprindo a carência de um sentido existencial
De que somos receptores e transmissores
Daquilo que vem e daquilo que vai
O que já existe bem antes de nós
Apenas passamos a experimentar
Do que podemos vir a chamar
De uma vida singular...
(3 – Continua...)

domingo, 23 de março de 2014

A Epiderme Política !


           O Brasil vive um momento político interessante, poderíamos chamar de “Epiderme Política”. O que seria esse processo? O que retrata este estado existencial? Vamos tentar entender...
A Epiderme é a camada mais superficial da pele, ou seja, a que está diretamente em contato com o exterior, está na superfície sem profundidade. Assim tenho a impressão de que estamos vivendo um Brasil de curto prazo, não conseguimos aprofundar, estamos no primeiro nível de debates e construções de ideias, não há uma projeção de futuro, o campo de visão é curto, com a duração de um ano.
Se desejarmos pensar um Brasil no médio prazo, estaríamos vivendo uma “Derme Política”, e o que é a Derme? Camada intermédia da pele, localizada logo abaixo da epiderme. Estaríamos localizados a um segundo nível existencial, com a duração superior a um ano e inferior a cinco anos. Integrado na dinâmica das eleições presidenciais, que são de 4 em 4 anos, só conseguimos construir ideais políticas com a duração de um mandato presidencial, não conseguimos ir além.
Assim não pensamos um Brasil de longo prazo, nunca chegamos a vivenciar uma “Hipoderme Política”. E o que é a Hipoderme? A camada profunda da pele. Localização na qual podemos pensar em uma existência de longo prazo, programas, ideias, projetos, planejamentos políticos acima de 5 anos, o que demonstra ser suficiente para pensamos um Brasil para o futuro, ou seja, dar início, pensarmos e realizarmos as reformas necessárias para a modernização e o crescimento consubstancial do país.
Vivemos um problema estrutural, e como podemos mudar este processo de infantilização da nação?
Hoje não sonhamos, não idealizamos, não debatemos os reais objetivos e necessidades do país no campo político, avançamos de forma lenta e curta estensão, e caso venhamos a desejar uma espectativa diferente para o Brasil. O que fazer? Não teríamos a necessidade de aumentar para 6 anos o tempo do mandato presidencial? Ou seja, criarmos a condição para atingirmos a “Hipoderme Política”?
Acredito que não se constroi empurrando, mas realizando de forma pensada, planejada e idealizada. É um projeto que em muita das vezes é de longo prazo, acima de 5 anos.
Se hoje o Brasil não tem um estadista na nossa política, com carisma e força suficiente para propor reformas, talvez seja porque não temos tempo para construção política deste líder. Um líder que provoque que realize que a história poderá falar e demonstrar com orgulho as realizações e transformações que torne o país melhor.
Será que não chegou a hora de pensarmos o lugar e o tempo da política no Brasil?
O Brasil está carente de um líder estadista de longo prazo! Um líder que governe com conhecimento e habilidade...
 

domingo, 16 de março de 2014

Criatividade Política !

Estamos às vésperas de uma disputa política para a definição dos principais líderes políticos, ou seja, presidente, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais, pessoas que irão nos representar para definirem o rumo do futuro da vida de cada cidadão brasileiro, um assunto de extrema importância, o qual nós deveríamos estar empenhados em refletir, discutir, decidir e cobrar...
Mas o que deveríamos cobrar?
Acredito que deveríamos cobrar mais, muito mais, o Brasil pode mais, merecemos ter a presença e a visão de um líder estadista para o Brasil, alguém que pense e veja um Brasil no curto, médio e longo prazo. Que seja capaz de fazer o que realmente é importante para o povo deste país.
O que seria?
São as reformas: Política, tributária, previdenciária, saúde (saneamento básico), educação, segurança pública, econômica, judiciária... E as demais que sejam necessárias. É querer um Brasil com B maiúsculo e P maiúsculo de política.
Por que não conseguimos?
Acredito que falte criatividade política, pois estamos fazendo o mesmo de sempre e temos a coragem de avançarmos sobre os temas de relevante importância para o cidadão brasileiro.
Quem pode dar início ao processo de modernização do Brasil?
Uma pessoa que tenha a capacidade de atuar politicamente acima dos interesses unicamente partidários, que faz de nossa política, uma política de p minúsculo. Cada cidadão brasileiro merece muito mais...
Devemos dizer um basta à mediocridade, ou seja, ao resultado mediano com viés de queda. Chega de sonharmos com o futuro, vamos realizar no presente. Estamos diante de um futuro promissor, que é possível, para tal precisamos nos posicionar, e é este posicionamento que deveríamos estar discutindo.
Por que o Brasil não faz acordos bilaterais com as regiões de maior fluxo de capital (Estados Unidos e Europa)? Até onde devemos acreditar em um MERCOSUL moribundo? Se o Brasil for capaz de dinamizar o seu comércio internacional, podemos obter um crescimento do PIB muito maior, sem falar na atração de maior investimento nacional e internacional.
O Brasil age com um avestruz com a cabeça enterrada no buraco, só conseguindo ver minhocas e agindo como minhoca, vivendo e comendo do básico, perdendo a oportunidade de nos posicionarmos como uma grande ave, o que realmente somos. Podemos ser criativos, agregar valor econômico em nossos produtos, sermos mais competitivos, mas para tal temos que estar trabalhando para esse objetivo. Do contrário estamos condenados a uma renda de país em estágio de subdesenvolvimento, jamais atingiremos um patamar de país desenvolvido, tudo será um sonho ou pesadelo.
Precisamos de um líder que pense grande, que venha dinamizar, enfrentar, romper barreiras, e posicionar o Brasil no lugar de um país da dimensão territorial que tem. Acredito que a causa principal de nossos males está na condução de nossa política, uma política de p minúsculo, sem projeção, sem visibilidade, apenas ocupado com a reeleição.
E o país como vai?
Vai bem obrigado, e será mais uma geração que terá vivido o sonho da esperança, mas para os que querem mais e acreditam que é possível, vamos à luta, vamos votar, vamos cobrar, vamos buscar quem possa ser esse possível líder, capaz de realizar o que está a nossa frente e é possível, desde que tenha uma atitude para tal missão.
Eu quero e acredito, e você quer e acredita?
“O Mundo Real e as coisas são apenas reflexo de uma realidade
perfeita contida no Mundo das Ideias!”
(Platão)
 

sábado, 15 de março de 2014

Um Olhar de Pierre Lévy !



O que é o Virtual?
O movimento geral de virtualização ultrapassa amplamente a informatização. Não afeta hoje apenas a informação e a comunicação, mas também os corpos, o funcionamento econômico, os quadros coletivos da sensibilidade ou o exercício da inteligência.
O livro o que é o Virtual defende uma hipótese diferente, exprime uma busca da hominização. É uma visão não catastrofista entre as evoluções culturais em andamento nesta virada do terceiro milênio.
A virtualização é um movimento do “devir outro” – ou heterogênese – do humano. Assim devemos nos esforçar para apreender, pensar, compreender a sua amplitude.
O virtual tem pouco haver com o falso é um modo de ser. É um processo de transformação de um modo de ser num outro. É a virtualização que retorna do real ou do atual em direção ao virtual, é uma transformação inversa.
Contém um desafio triplo: filosófico (o conceito de virtualização), antropológico (a relação entre o processo de hominização e a virtualização) e sócio-político (compreender a mutação contemporânea para poder atuar nela). É uma virtualização em curso de invenção.
O que é a Virtualização?
Sua resposta busca definir os principais conceitos de realidade, de possibilidade, de atualidade e de virtualidade, diferentes transformações de um modo de ser em outro. É a análise da “desterritorialização” e outros fenômenos espaço-temporais estranhos que lhe são geralmente associados.
Existe uma oposição fácil e enganosa entre real e virtual, o primeiro é uma efetuação material, uma presença tangível, o segundo uma ausência de existência. Na filosofia escolástica, virtual é o que existe em potência e não em ato, tende a atualizar-se, sem ter passado, no entanto à concretização efetiva ou formal. O virtual não se opõe ao real, mas sim ao atual.
A atualização é criação, invenção de uma forma a partir de uma configuração dinâmica de forças e de finalidades. A invenção de uma solução exigida por um problema complexo. A virtualização pode ser definida como o movimento inverso da atualização. A atualização vai de um problema a uma solução, a virtualização passa de uma solução dada a um outro problema, é um dos principais vetores da criação de realidade.
Segundo o senso comum o virtual é inapreensível, o complementar do real, tangível, não está presente. Embora não pertença a nenhum lugar, frequente um espaço não designável, ocorre apenas entre coisas claramente situadas, de não estar somente presente, nada disso impede a existência.
Uma comunidade virtual pode organizar-se pelos mesmos núcleos de interesses, pelos mesmos problemas: a geografia, o contingente, não é mais nem um ponto de partida, nem uma coerção. Apesar de “não presente”, essa comunidade está repleta de paixões, de projetos, de conflitos e de amizades. Ela vive sem lugar de referência estável. A virtualização reinventa uma cultura nômade, fazendo surgir um meio de interações sociais onde as relações se reconfiguram com um mínimo de inércia.
Não é totalmente independente do espaço-tempo de referência, uma vez que deve sempre se inserir em suportes físicos e se atualizar aqui ou alhures, agora ou mais tarde. A sincronização substitui a unidade de lugar, e a interconexão, a unidade de tempo. O virtual deixa de ser imaginário e produz efeitos. Um exemplo é a tecnociência, das finanças e dos meios de comunicação, estruturam a realidade social com mais força, e até com mais violência.
Cada novo sistema de comunicação e de transporte modifica o sistema das proximidades práticas, isto é são novos espaços, novas velocidades, o espaço pertinente para as comunidades humanas. Assim de forma análoga, diversos sistemas de registro e de transmissão, tradição oral, escrita, registro audiovisual, redes digitais, constroem ritmos, velocidades ou qualidades de história diferentes. A multiplicação contemporânea dos espaços faz de nós nômades de um novo estilo. Saltamos de uma rede a outra, de um sistema de proximidade ao seguinte, os espaços de metamorfoseiam e se bifurcam a nossos pés, forçando-nos à heterogênese.
A aceleração das comunicações é contemporânea de um enorme crescimento da mobilidade física. O aumento da comunicação é generalização do transporte rápido participam do mesmo movimento de virtualização da sociedade, da mesma tensão em sair de uma “presença”, o que causou degradações do ambiente tradicional, foi o preço a ser pago, devemos nos interrogar sobre o preço a ser pago pela virtualização informacional. Ela inventa, no gasto e no risco, velocidades qualitativamente novas, espaços-tempos mutantes.
Um caráter associado à virtualização é a passagem do interior ao exterior e do exterior ao interior. São os registros das relações entre privado e público, próprio e comum, subjetivo e objetivo, mapa e território, autor e leitor etc. Os limites não são mais dados, os lugares e tempos se misturam, as fronteiras nítidas dão lugar a uma fractalização das repartições. São as próprias noções de privado e de público que são questionadas.
Os sistemas Inter empresas de gestão eletrônica de documentos, assim como os grupos de projetos comuns a várias organizações, tecem com frequência ligações mais fortes entre coletivos mistos que as que unem passivamente pessoas pertencentes oficialmente à mesma entidade jurídica. A mutualização dos recursos, das informações e das competências provoca claramente esse tipo de indecisão ou de indistinção ativa, esses circuitos de reversão entre exterioridade e interioridade.
Moral !
A moral está em aceitar existir no mundo, em não fugir, em estar presente para os outros e para si. A virtualização é o movimento pelo qual se constituiu e continua a se criar nossa espécie.
A virtualidade não tem absolutamente nada a ver com aquilo que a televisão mostra sobre ela. Não se trata de modo algum de um mundo falso ou imaginário. Ao contrário, a virtualização é a dinâmica mesma do mundo comum, é aquilo que através do qual compartilhamos uma realidade. É um modo de existência de que surgem tanto a verdade como a mentira.
Cada salto a um novo modo de virtualização, cada alargamento do campo dos problemas abrem novos espaços para a verdade, e igualmente para a mentira.
A força e a velocidade da virtualização contemporânea são tão grandes que exilam as pessoas de seus próprios saberes, expulsam-nas de sua identidade, de sua profissão, de seu país. As pessoas são empurradas nas estradas, amontoam-se nos barcos, acotovelam-se nos aeroportos. Outros, ainda mais numerosos, verdadeiros imigrados da subjetividade, são forçados a um nomadismo do interior.
Como responder a esta situação? Devemos antes tentar acompanhar e dar sentido à virtualização, inventando uma nova arte da hospitalidade. Neste momento de grande desterritorialização, deve haver uma nova dimensão estética, próprio traço da criação.
A arte, a filosofia, a política e a tecnologia que são inspiradas e atravessadas, deve opor uma virtualização requalificante, inclusiva e hospitaleira à virtualização pervertida que exclui e desqualifica.
A todos afetados pela virtualização, que se sentem desterritorializados, vocês estão em casa, benvindos à nova morada do gênero humano. Benvindos aos caminhos do virtual.
 
Palestra de Pierre Lévy na Petrobras !
 

sexta-feira, 14 de março de 2014

O Papel Social do Comunicador !


 
Em participação de palestra como ouvinte em Aula Magna – FAPCOM – Tema: O papel social do Comunicador – Palestrante: Pe. Júlio Lancellotti. Na FAPCOM – Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação na rua Major Maragliano, 191 – São Paulo – SP – CEP: 04017-030.
            A aula Magna foi uma reflexão sobre o papel social do Comunicador, que ao fazer suas pesquisas, investigações das questões complexas relativas à vida humana, oriundas de uma prática do convívio social, enfatizam que: O Comunicador é um agente importante e portador da palavra, a qual dever ter uma orientação para a verdade e resistir às forças dominantes do poder, que muitas das vezes distorce a realidade para poder perpetuar o “status quo”, o estado atual das coisas, sejam em que momento for.
            A sociedade é um ente em constante transformação, em busca de seus objetivos, que se fazem por meio de reivindicações, manifestações, protestos, os quais são expressos de maneira singular a cada momento, cabe ao profissional da comunicação buscar entender este processo e transmitir seu parecer à luz de uma verdade revelada, e não ocultar, ou até mesmo mentir sobre os fatos.
            A opção de ser verdadeiro e ético cabe ao comunicador, que tem a sua oportunidade de demonstrar o seu amor pela humanidade, o ser humano carente da verdade. É uma decisão lógica, racional e sem sentimentalismo passageiro, é uma opção existencial de vida. Que possibilita a realização da transformação da sociedade para melhor. Assim demonstra-se a importância do papel social do Comunicador.
"A questionar, e procurando, podemos achar a verdade."
(Pierre Abelard)

segunda-feira, 10 de março de 2014

Alice no País das Maravilhas!

 
Olhamos para nosso país, o Brasil, e começamos a perceber que vivemos uma síndrome existencialmente perigosa para o futuro do povo brasileiro.

Por não termos tido a coragem de fazer as reformas necessárias, para consolidar um crescimento perene durante o período de abundância financeira, somos subjugados a viver o temor da existência de uma inflação acima da correção do poder de compra da renda de cada brasileiro.

O que isso significa para o futuro?

Um possível retorno da incapacidade de desenvolvimento sustentável, ou seja, passaremos a viver a situação patológica de um cardíaco, caminharemos como que por espasmos, uma irregular frequência de sístoles e diástole de um coração doente.

De momentos em momentos teremos que está regulando a pressão através de pequenas pílulas, mas jamais tocarmos na causa real da doença. O que é isso afinal?

É a síndrome de Alice no país das maravilhas, que vive a crise existencial, onde ao se encontrar com o coelho, diz a ele:

- Eu estou perdida não sei para onde ir.

E o coelho responde:

- Mas para quem está perdida e não sabe para onde ir, qualquer destino é bom.

Assim eu pergunto a você cidadão:

- Você também está perdido e não sabe para onde ir, em quem votar?

Caso diga sim, então nas eleições de 2014, você pode votar em qualquer partido, em qualquer político para nos liderarem pelos próximos 4 anos.

Agora, caso diga não, sejamos responsáveis e venhamos votar em políticos capazes de implementarem reformas, ampliarem a nossa participação no comércio internacional, alguém acima de ideologias partidárias, mas que tenha uma visão de Estado e seja arrojado o suficiente para fazer o Brasil seguir em frente, ou seja, ocupar o seu real espaço em seu tempo existencial.

Podemos muito mais, mas precisamos ser liderados por alguém que almeje fazer muito mais, e não há como fugirmos a uma realidade, a qual nós estamos inseridos, a realidade capitalista com um forte viés neoliberal, e assim temos que ter uma postura dialética, de diálogo constate, com um forte controle financeiro das contas públicas, ou seja, gastar muito menos do que se arrecada via impostos.

O investidor faz o seu dinheiro ir a destinos seguros e estáveis.

Para tal convido a pensar na frase:

“Fazemos nossos caminhos e lhes chamamos destino.”

(Benjamin Disraeli)

Veja os Poemas...

segunda-feira, 3 de março de 2014

O que filosoficamente é possível considerarmos sobre um futuro provável, a partir do pensamento de Reymond Coswell?


Em primeiro lugar devemos tentar responder as perguntas:

O que é um futuro provável, e filosoficamente possível?

Se entendermos o futuro como o tempo que ainda virá, a existência que está por vir. E provável, o que tem grande chance de ocorrer, que pode ser provado, e dentro de uma perspectiva filosófica, um conjunto de estudos que visam compreender a realidade absoluta, as causas elementares, os fundamentos dos valores humanos, o sentido da existência, podemos fazer uma reflexão a partir do pensamento de Reymond Coswell.

Sim é possível considerarmos o Homem inserido em um universo de possibilidades infinitas para o qual caminha a humanidade, a superação dos limites existenciais. Viveremos em realidades concretas e virtuais, mesmo dentro de um intervalo de confiança existencial, o qual apresentará infinitas possibilidades. O hoje é a soma de infinitos vetores da limitada realidade terrena do passado, e o futuro é a possibilidade da concretização dos infinitos vetores que existe na limitada realidade terrena. Pensemos que a vida humana na realidade terrena seja a soma de vetores existentes em um intervalo de 0 a 1, podemos então somar os infinitos vetores 0,0000001... Mais os respectivos infinitos vetores 0,9999999... E chegaremos ao limite superior igual a 1. Assim é a realidade humana que se materializa por sutis diferentes direções, e assim estamos diante do infinito, mesmo em uma limitada existência terrena. O que for possível realizar será o permitido.

Acredito estarmos diante do surgimento do Homem “Tecnofilológico”, e o que seria este Homem?

É um Homem que irá utilizar a tecnologia científica aliada à lógica matemática e lógica dialética para a solução de problemas e superação de desafios. É o Homem com elevado nível de formação humana e científica, consciente das limitações da vida humana, comprometido com a ética do economicamente sustentável, ecologicamente equilibrado e a continuidade da vida.

O conceito de riqueza mudará as organizações, as empresas só existirão para solucionar problemas, e não apenas para gerar acúmulo de dinheiro, a sociedade com o menor nível de dificuldade para sobreviver, com maior qualidade de vida, mais eficiente e eficaz, será considerada a sociedade mais rica. Haverá uma amplificação do conceito do que é ser rico. Conceitos atuais utilizados pelos economistas tradicionais, como tamanho do PIB, renda per capita, endividamento do Estado, taxa de crescimento da economia, saldo da balança de pagamentos, etc... Não farão o menor sentido, mas sim o grau de escolaridade da população, sua taxa de eficiência e eficácia, que serão medidos em correlação com uso e consumo dos recursos naturais finitos e não naturais finitos. Ou seja, quem tiver o menor desperdício, o maior e melhor nível de aproveitamento do seu tempo, seja “trabalhando” ou não, a melhor condição de sobrevivência e obtenção de uma elevada qualidade de vida. Esta sim será a sociedade ideal, serão os valores em evidência. A qualidade de vida será o bem mais precioso, pois o que adiantará ter dinheiro, se o detentor do dinheiro estiver inserido em uma realidade miserável? A sociedade do futuro será a sociedade mais estável, organizada, igualitária, justa, democrática que pratique uma ética humanista, capaz de fazer do Homem um ser mais humano.

A questão é:

Esta realidade ideal só será possível para uma elite, para uma minoria, ou a sociedade do futuro terá acesso a essa realidade ideal como um todo?

Acredito que o futuro pode ser mais justo, melhor, para que não haja revoltas, conflitos sociais, e até guerra civil, os líderes serão orientados a trabalharem para o bem comum, e não para uma minoria, elite dominante. As sociedades em cada parte do planeta terão que andar de mãos juntas, o conceito de país, Estado será transformado em uma única ideia, conceito, ou seja, os habitantes do planeta terra, localizado nas regiões da América do Sul, América Central, América do Norte, África, Europa, Ásia, Oceania, Ártico e Antártida. Pela necessidade de sobrevivência, serão capazes de apenas pelo uso da tecnologia científica, aplicada conforme o entendimento da lógica matemática e lógica dialética fazer o Homem superar os desafios existenciais e seguir em frente. A luta pela sobrevivência será tão intensa, complexa e sofisticada, que questões urgentes à continuidade da vida serão suprapartidárias, supra Estados, do interesse de todos e compartilhadas por todos. Só haverá futuro se o presente vier a existir.

Uma vez que este futuro seja possível, acredito que estaremos diante de novas fronteiras da existência humana, para darmos respostas a velhas questões como: Compreender a realidade absoluta, as causas elementares, os fundamentos dos valores humanos, o sentido da existência. O ato de filosofar continuará sendo uma constante na vida humana, pois surfamos na onda das possibilidades infinitas, que a cada momento coloca o Homem em um estágio de sua evolução, mas incapaz de dar uma resposta única e fechada para suas questões íntimas, o que temos são apenas sombras, continuamos vivendo na caverna de Platão, de costas para a entrada da caverna, as buscas nunca pararão as descobertas sempre existirão, pois somos a finitude imersa na infinidade. Do ponto de vista metafísico, somos um Vir a Ser, em busca da plenitude que só se concretiza na comunhão com o Ser. O Homem é um ente em estado de potência, um Vir a Ser, que está destinado a ser atualizado pelo Ser e comungar a sua existência com este Ser. Assim tudo que fazemos no estágio existencial do Vir a Ser, ainda representa uma pálida sombra comparada com a possível realidade existencial.

Caso o presente não possa existir, pela nossa falta de capacidade para tomarmos as decisões e escolhermos caminhos que venham a valorizar e dar prioridade a vida, ao coletivo, ao bem comum, estaremos diante do nosso próprio limite, o qual pode representar o nosso fim, originário de nossas próprias mãos.

Pergunta-se: Por quantas crises mais a sociedade vai passar para ser melhor do que é?

Não há uma resposta fechada, mas para que todo o desenvolvimento tecnológico científico faça sentido para a existência do Homem, este conhecimento terá que está a serviço da humanidade, caso contrário estaremos construindo o começo do fim. Com o nível de conhecimento e informação disponível, não haverá mais espaço para inverdades, retóricas vazias de conteúdos, mentiras no popular. E sim um direcionamento e uma trajetória existencial para uma realidade concreta e palpável para atender as necessidades humanas.

O desafio é esse, a minoria dominante, a elite tem que está no presente a serviço da construção deste futuro ideal. Se este presente não existir, também não haverá futuro. Será o começo do fim...