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sábado, 1 de fevereiro de 2014

Ato Puro !

Argumento do ato puro é uma tentativa de provar a existência de Deus com o uso da lógica. Seu proponente foi Aristóteles e consiste no seguinte. Suponha-se que uma semente é um carvalho em estado de potência e que o carvalho é a mesma semente em estado de ato. O desenvolvimento de potência em ato é chamado de atualização. Entretanto, um carvalho não se atualiza sozinho, ele necessita de um carvalho anterior a ele, que gera a semente a se desenvolver no processo de atualização.

A vida humana surge como uma semente, que nasce, cresce e morre?

          Dessa forma, cada ser em potência necessita de um ser em ato anterior a ele para se atualizar. Cada carvalho necessita de um carvalho mais antigo de modo a se recuar numa série de seres em potência e ato, cada ser em ato gerando um novo ser em potência, que se atualiza e gera outro ser em potência. Essa regressão não pode ser infinita porque uma série de causas que se estende infinitamente nunca vai produzir um efeito, é impossível atravessar um tempo infinito entre a causa e o efeito.

         Qual ser em ato anterior deu potência ao “Homem”?

Então, para que o Universo faça sentido, deve haver um ser em estado de puro ato, aquele que não possui potência alguma, logo não precisa se atualizar e não depende de um ser preexistente. Esse ser, a quem se pode chamar Deus, sempre existiu porque nunca teve um estado de potência, não possui uma origem e um processo de desenvolvimento. Nessa condição, ele pode dar início a toda a cadeia de atualizações que culmina na semente proposta inicialmente.

A partir da existência de Deus a existência do “Homem” adquiriu sentido?
           O argumento se fundamenta na causalidade e na finitude do tempo, as mesmas premissas do argumento da causa primeira e, de fato, os dois argumentos estão intimamente ligados. A metafísica de Aristóteles foi apropriada por Santo Tomás de Aquino para justificar as crenças cristãs de um criador e de uma criação em certo tempo passado. Não é necessariamente a prova de Deus como este é visto pelos cristãos, nem se pode atribuir ao ato puro qualidades antropomórficas. Além disso, os objetivos de Aristóteles eram diferentes.

          Para a busca de respostas para as prováveis perguntas, recomenda-se aplicar a Lógica Dialética, e não aplicar a Lógica Matemática, pois a questão é ampla e imprecisa ao longo de um diálogo direcionado a compreensão e entendimento.

A vida a qual percebemos e visualizamos conforme nossa representação é a manifestação de algo que existe e é o princípio de tudo, capaz de atualizar o tempo e espaço a nossa volta.

Em que medida o “Homem” pode acreditar no Ato Puro?

“Se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo.”

(Voltaire)
 
 
 
 

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